terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Quaresma: tempo favorável da graça de Deus

      

         Caros irmãos em Cristo, que a paz do Senhor esteja convosco!
          O tempo quaresmal é um período favorável ao cristão para poder entrar numa experiência de conversão do coração, da mente e dos costumes. Esse tempo inicia-se com  a celebração da Quarta-feira de Cinzas, que é um convite à conversão e a aceitar o Evangelho de Jesus Cristo como a norma e a direção de nossas vidas.
         É um convite para irmos para mais longe em nosso caminho de fé, lembrando que somos pó e que ao pó voltaremos (Gn 3,19b), um convite para deixarmo-nos ser conduzidos pelo Espírito de Jesus a desejar uma nova vida.
         Nesses dias, 40, somos convidados a reviver a experiência dos 40 anos de travessia do deserto pelo povo de Israel e os 40 dias em que Jesus passou no deserto anttes de iniciar sua missão. Para que esta memória possa produzir os frutos necessários, somos convidados a três atitudes concretas que são pilares fundamentais de nossa vida cristã: a Oração, relação do homem com Deus; o Jejum, relação do homem consigo mesmo; e a Caridade, relação do homem com o seu próximo.
         É um tempo muito rico de reflexão sobre a nossa vida, buscando valorizar o que temos feito de bom e dar um novo caminho ao que temos deixado de realizar.
         Em sua mensagem para a Quaresma de 2012 o Santo Padre o Papa Bento XVI aborda o tema "Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras", que foi inspirado na Carta aos Hebreus (10,24). O Papa afirma que este período é propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé: «Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal».
          O primeiro ponto da Mensagem é a responsabilidade pelos irmãos. Como já dizia Paulo VI, o mundo atual sofre sobretudo de falta de fraternidade. «A responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades».
          O segundo ponto é o dom da reciprocidade. «Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! Os discípulos do Senhor vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação», escreve o Pontífice.
          O terceiro e último ponto é o caminhar juntos na santidade. A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efetivo sempre maior. «Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua», assinala o Papa, citando o Beato João Paulo II.

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