quinta-feira, 31 de maio de 2012

Beato papa João Paulo II: Ato de Consagração a Maria, 08 de outubro de 2000




1. "Mulher, eis aí o teu filho!" (Jo 19, 26)
Quando já se aproxima o termo deste Ano Jubilar,
no qual Tu, ó Mãe, nos deste novamente Jesus,
o fruto bendito do teu ventre puríssimo,
o Verbo encarnado, o Redentor do mundo,
é-nos particularmente doce ouvir esta palavra
com que Ele nos entrega a Ti, tornando-Te nossa Mãe:
"Mulher, eis aí o teu filho!"
Confiando-Te o apóstolo João,
e com ele os filhos da Igreja, e mesmo todos os homens,
Cristo, longe de atenuar, reiterava
o seu papel exclusivo de Salvador do mundo.
Tu és esplendor que nada tira à luz de Cristo,
porque existes n'Ele e por Ele.
Em Ti, tudo é um "fiat", "faça-se": Tu és a Imaculada,
és transparência e plenitude de graça.
Assim, eis aqui os teus filhos, congregados ao teu redor,
ao alvorecer do novo Milénio.
A Igreja, hoje, pela voz do Sucessor de Pedro,
à qual se junta a de tantos Pastores
aqui reunidos das várias partes do mundo,
procura refúgio sob a tua materna protecção
e implora confiadamente a tua intercessão
perante os desafios que o futuro encerra.
2. Muitos, neste ano de graça,
viveram e continuam a viver
a alegria superabundante da misericórdia
que o Pai nos concedeu em Cristo.
Nas Igrejas particulares espalhadas pelo mundo,
e ainda mais neste centro da cristandade,
acolheram este dom
as mais variadas categorias de pessoas.
Aqui vibrou o entusiasmo dos jovens,
daqui se elevou a súplica dos doentes.
Por aqui passaram sacerdotes e religiosos,
artistas e jornalistas,
os homens do trabalho e da ciência,
crianças e adultos,
e todos reconheceram, no teu amado Filho,
o Verbo de Deus, feito carne no teu seio.
Com a tua intercessão, ó Mãe, faz
que não se percam os frutos deste Ano,
e que as sementes de graça se desenvolvam
até à medida plena da santidade
à qual todos somos chamados.
3. Queremos, hoje, consagrar-Te o futuro que nos espera,
pedindo-Te que nos acompanhes no nosso caminho.
Somos homens e mulheres dum período extraordinário,
tão cheio de triunfos como de contradições.
A humanidade possui, hoje, instrumentos de força inaudita:
pode fazer deste mundo um jardim,
ou reduzi-lo a um amontoado de ruínas.
Conseguiu uma capacidade extraordinária de intervenção
sobre as próprias fontes da vida:
pode usá-la para o bem, dentro das margens da lei moral,
ou ceder ao orgulho míope
duma ciência que não aceita confins,
até espezinhar o respeito devido a todo o ser humano.
Hoje, como nunca no passado,
a humanidade encontra-se numa encruzilhada.
E, uma vez mais, a salvação está total e unicamente,
ó Virgem Santa, no teu Filho Jesus.
4. Por isso, Mãe, tal como o Apóstolo João,
queremos receber-Te na nossa casa (cf. Jo 19, 27),
para aprendermos de Ti a conformar-nos com o teu Filho.
"Mulher, eis aqui os teus filhos!"
Viemos à tua presença
para consagrar à tua solicitude materna
nós mesmos, a Igreja, o mundo inteiro.
Intercede por nós junto do teu amado Filho
para que nos dê o Espírito Santo em abundância,
o Espírito de verdade que é fonte de vida.
Acolhe-O por nós e connosco,
como na primeira comunidade de Jerusalém,
aconchegada ao teu redor no dia de Pentecostes (cf. Act 1, 14).
O Espírito abra os corações à justiça e ao amor,
incite os indivíduos e as nações à mútua compreensão
e a uma vontade firme de paz.
Nós Te consagramos todos os homens, a começar pelos mais débeis:
as crianças que ainda não foram dadas à luz
e as nascidas em condições de pobreza e de sofrimento,
os jovens à procura de um sentido,
as pessoas carecidas de emprego
e atribuladas pela fome e pela doença.
Consagramos-Te as famílias em crise,
os anciãos sem assistência
e quantos vivem sozinhos e sem esperança.
5. Ó Mãe que conheces os sofrimentos
e as esperanças da Igreja e do mundo,
assiste os teus filhos nas provas quotidianas
que a vida reserva a cada um
e faz com que, graças ao esforço de todos,
as trevas não prevaleçam sobre a luz.
A Ti, aurora da salvação, entregamos
o nosso caminho no novo Milénio,
para que, sob a tua guia,
todos os homens descubram Cristo,
luz do mundo e único Salvador,
que reina com o Pai e o Espírito Santo
pelos séculos dos séculos. Amen.

Das Homilias de São Beda, o Venerável, presbítero (Séc.VIII) (Lib. 1,4: CCL 122,25-26.30)


Maria engrandece o Senhor que age nela

        "Minha alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador (Lc 1,46). Com estas palavras, Maria reconhece, em primeiro lugar, os dons que lhe foram
especialmente concedidos; em seguida, enumera os benefícios universais com que Deus
favorece continuamente o gênero humano.
        Engrandece o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida
interior ao louvor e ao serviço de Deus; e, pela observância dos mandamentos, revela
pensar sempre no poder da majestade divina.
        Exulta em Deus, seu Salvador, o espírito daquele que se alegra apenas na lembrança de seu Criador, de quem espera a salvação eterna.
        Embora estas palavras se apliquem a todas as almas santas, adquirem contudo a mais plena ressonância ao serem proferidas pela santa Mãe de Deus. Ela, por singular privilégio,
amava com perfeito amor espiritual aquele cuja concepção corporal em seu seio era a causa de sua alegria.
        Com toda razão pôde ela exultar em Jesus, seu Salvador, com júbilo singular, mais do que todos os outros santos, porque sabia que o autor da salvação eterna havia de nascer de sua carne por um nascimento temporal; e sendo uma só e mesma pessoa, havia de ser ao mesmo tempo seu Filho e seu Senhor.
      O Poderoso fez em mim maravilhas, e santo é o seu nome! (Lc 1,49). Maria nada atribui a seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom daquele que, sendo por essência poderoso e grande, costuma transformar os seus fiéis,pequenos e fracos, em fortes e grandes.
        Logo acrescentou: E santo é o seu nome! Exorta assim os que a ouviam, ou melhor, ensinava a todos os que viessem a conhecer suas palavras, que pela fé em Deus e pelainvocação do seu nome também eles poderiam participar da santidade divina e daverdadeira salvação. É o que diz o Profeta: Então, todo aquele que invocar o nome do
Senhor, será salvo (Jl 3,5). É precisamente este o nome a que Maria se refere ao dizer; Exulta meu espírito em Deus, meu Salvador.
       Por isso, se introduziu na liturgia da santa Igreja o costume belo e salutar, de cantarem todos, diariamente, este hino na salmodia vespertina. Assim, que o espírito dos fiéis, recordando freqüentemente o mistério da encarnação do Senhor, se entregue com generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de Deus, se confirme na verdadeira santidade. E pareceu muito oportuno que isto se fizesse na hora das Vésperas, para que nossa mente fatigada e distraída ao longo do dia por pensamentos diversos, encontre o recolhimento e a paz de espírito ao aproximar-se o tempo do repouso".

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Hino "Te Deum"

       


        Como surgiu o Te Deum? Qual o seu significado? Quem responde é Dom José Palmeiro, abade emérito do Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro.
        “É um hino muito antigo, alguns atribuem até a Santo Ambrosio, Santo Agostinho, não é certo, mas já no século VI, São Bento mencionou o Te Deus. É um hino de louvor a Deus, de agradecimento. Este nome vem por causa das palavras iniciais, Te Deum laudamos, “a vós ó Deus louvamos”, e tem um sentido trinitário porque menciona três pessoas, fazendo com que nós nos unamos aos anjos quando dizem “A Ti todos os Anjos, a Ti os céus, e todas as potestades, a Ti os querubins e os serafins aclamam”.
         “Então nos unimos à aclamação dos anjos a Deus, “Santo santo santo” – como na missa. É uma melodia muito bonita. Com este canto, também pedimos que venhas em socorro de teus servos. “Faze que com os teus santos sejamos levados à glória eterna”.


A VÓS, Ó DEUS

A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos.
A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.
A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades;
A Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam:
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!
Os Céus e a Terra estão cheios da vossa glória e majestade.
A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos,
A Vós, a respeitável assembleia dos Profetas,
A Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!
A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade,
Ao Vosso verdadeiro e único Filho,
digno objeto das nossa a adorações,
Do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado.
Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!
Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Omnipotente!
Vós, para vos unirdes ao homem e o resgatardes
não Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!
Vós, vencedor do estímulo da morte,
abristes aos fiéis o Reino dos Céus,
Vós estais sentado à direita de Deus,
no glorioso trono do vosso Pai!
Nós cremos e confessamos firmemente
que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.
A Vós portanto rogamos que socorrais os vossos servos
a quem remistes como vosso preciosíssimo Sangue.
Fazei que sejamos contados na eterna glória,
entre o número dos vossos Santos.
Salvai, Senhor, o vosso povo e abençoai a vossa herança,
E regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória vossa.
Todos os dias Vos bendizemos
E esperamos glorificar o vosso nome agora e por todos os séculos.
Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia
e sempre sem pecado.
Tende compaixão de nós, Senhor,
compadecei-Vos de nós, miseráveis.
Derramai sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia,
pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.
Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.

Hino de louvor a Deus

 


Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados. Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: nós Vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças por vossa imensa glória. Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito, Senhor Deus, cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. Vós que tirais o pecado do mun­do, tende piedade de nós. Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. Só vós sois o santo, só vós, o Senhor, só vós, o altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém.





SÚPLICAS AO PAI ETERNO

I – Misericórdia, Ó Pai Eterno, pelo Sangue de Jesus! Marcai-nos com o Sangue do Cordeiro Imaculado, Jesus Cristo, assim como mandastes marcar as portas do Vosso povo de Israel. para o preservar da morte (Ex. 12,1-34). Ó Maria, Mãe de Misericórdia, ajudai-nos no Temor de Deus, rogai por nós e alcançai-nos a Graça que pedimos. Glória ao Pai...

II – Misericórdia, ó Pai Eterno pelo Sangue de Jesus! Salvai-nos do naufrágio deste mundo, assim como salvaste a Noé do dilúvio universal: (Gen. 7,1-24) e Vós, ó Maria, Arca de Salvação, ajudai-nos na Piedade de Deus, rogai por nós e alcançai-nos a Graça que pedimos. Glória ao Pai...

III – Misericórdia, ó Pai Eterno, pelo Sangue de Jesus! Livrai-nos dos flagelos que temos merecido, como livrastes a Lot do incêndio de Sodoma; (Gen. 19,1­29) e Vós, ó Maria, Advogada nossa, ajudai-nos na Ciência de Deus, rogai por nós e alcançai-nos a Graça que pedimos. Glória ao Pai...

IV – Misericórdia, ó Pai Eterno, pelo Sangue de Jesus! Consolai-nos em todas as necessidades, e tribula­ções, como consolastes, cm suas aflições a Jó (Jó. 1 a 42) a Ana (l Sam, I) e a Tobias: (Tob. 1 a 14) e Vós, ó Maria, Consoladora dos Aflitos, ajudai-nos na Fortaleza de Deus, rogai por nós e alcançai-nos a Graça que pedimos. Glória ao Pai...

V – Misericórdia, ó Pai Eterno, pelo Sangue de Jesus! Vós não quereis a morte do pecador, mas sim que se converta e viva (Eze. 33, 11). Dai-nos, por Vossa Misericórdia, tempo de penitência a fim de que, emendados e arrependidos de nossos pecados, que são a origem de todos os nossos males, vivamos na Fé, Esperança e Caridade em paz com Nosso Senhor Jesus Cristo; e Vós ó Maria, refúgio dos pecadores, ajudai nos na Sabedoria de Deus, rogai por nós e alcançai-nos a Graça que pedimos. Glória ao Pai...

Pai Eterno e Misericordioso, nós Vos oferecemos pelas mãos de Maria Santíssima o preciosíssimo Sangue de Vosso Divino Filho; oferecemos também as lágrimas da Virgem Santíssima pela Purificação da Terra e Conversão dos homens, pela fidelidade dos Vossos escolhidos, pela Vitória da Santa Igreja e Triunfo do Imaculado Coração de Maria. Glória ao Pai...
Ó Maria, nossa Mãe e nossa esperança, rogai a Deus por nós e por todos. Imaculada Maria, Mãe de Deus, rogai por nós. Jesus, Maria, Misericórdia! São Miguel Arcanjo, São José, São Pedro e São Paulo, protetores de todos os fiéis da Igreja de Deus, e de todos nós; Anjos e Santos do Paraíso, pedi, implorai, Misericórdia para toda Humanidade, pelos merecimentos infinitos do, preciosíssimo Sangue do Nosso Divino Redentor. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai...

Papa Bento XVI: serão doutores da Igreja: São João d´Àvila e Santa Hildegarda de Bingen


27.05.2012 - Cidade do Vaticano – O Papa Bento XVI anunciou na manhã deste domingo que no próximo dia 7 de outubro proclamará doutores da Igreja o espanhol São João d’Ávila e (1499-1569) e a alemã Santa Hildegarda de Bingen (1098-1179). Durante a oração do Regina Coeli na Praça São Pedro, diante de 40 mil pessoas, o Pontífice definiu estes dois religiosos como “duas grandes testemunhas da fé”, que viveram períodos históricos e ambientes culturais bastante diferentes.

Queridos irmãos e irmãs!

         Celebramos hoje a grande festa de Pentecostes, que leva a conclusão do Tempo Pascal, cinquenta dias depois do Domingo da Ressurreição. Esta solenidade nos faz recordar e reviver a fusão do Espírito Santo sobre os Apóstolos e os outros discípulos, reunidos em oração com a Virgem Maria no Cenáculo (cfr Ato 2,1-11).

         Jesus, ressuscitado e ascendido ao Céu, envia à Igreja o Seu Espírito, a fim que cada cristão possa participar de Sua própria vida divina e torna válido seu testemunho no mundo. O Espírito Santo, em meio à história, às áridas derrotas, abre os corações para a esperança, estimula e favorece em nós o amadurecimento interior no relacionamento com Deus e com o próximo.
         O Espírito que “falou por meio dos profetas”, com os dos da sabedoria e da ciência continua a inspirar mulheres e homens que se empenham na busca pela verdade, propondo caminhos originais de conhecimento e de aprofundamento sobre o mistério de Deus, sobre o homem e o mundo.
        Neste contexto, estou contente de anunciar que no dia 7 de outubro, no início da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, proclamarei São João D’Ávila e Santa Hildegarda de Bingen doutores da Igreja universal.
        Estas duas grandes testemunhas de fé viveram em períodos históricos e ambientes culturais muito diferentes. Hildegarda foi monja beneditina no coração da Idade Média alemã, autentica mestra de teologia e profunda estudiosa das ciências naturais e da música. João, sacerdote diocesano nos últimos anos do renascimento espanhol, participou do processo de renovação cultural e religiosa da Igreja e da sociedade no alvorecer da modernidade. Mas a santidade de vida e a profundidade da doutrina são perenemente atuais: a graça do Espírito Santo, de fato, lhe projetou nessa experiência de penetrante compreensão da revelação divina e de inteligente diálogo com o mundo que constituem o horizonte permanente da vida e da ação da Igreja.
        Sobretudo, à luz do projeto de uma nova evangelização, a qual será dedicada a mencionada Assembleia do Sínodo dos Bispos, e a vigília do Ano da Fé, estas duas figuras de Santos e Doutores são de considerável importância e atualidade.
       Também nos nossos dias, através dos ensinamentos deles, o Espírito do Senhor ressuscitado continua a fazer ressoar Sua voz e iluminar o caminho que conduz a esta Verdade que unicamente pode nos tornar livres e dar sentido pleno a nossa vida.
        Rezando agora, juntos, o Regina Coeli, invoquemos a intercessão da Virgem Maria, a fim que a Igreja seja potentemente animada pelo Espírito Santo, para testemunhar Cristo com franqueza evangélica e aberta sempre mais à plenitude da verdade.

Fonte: Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé. 

Dos Comentários sobre a Segunda Carta aos Coríntios, de São Cirilo de Alexandria,bispo (Cap.5,5-6,2: PG 74,942-943) (Séc.V)


Deus, por Cristo, nos reconciliou consigo
e nos confiou o ministério da reconciliação

         "Os que possuem o penhor do Espírito e vivem na esperança da ressurreição, como se já possuíssem aquilo que esperam,podem dizer que desde agora não reconhecem a ninguém segundo a carne; pois somos todos espirituais e isentos da corrupção da carne. Com efeito, desde que brilhou para nós a Luz do Unigênito de Deus, fomos transformados no próprio Verbo que dá vida a todas as coisas. E assim como nos sentíamos acorrentados pelos laços da morte, quando reinava o pecado, agora ficamos livres da corrupção, ao chegar a justiça de Cristo.
          Por conseguinte, doravante ninguém vive mais sob o domínio da carne, isto é, sujeito à fraqueza carnal. A ela com certeza, entre outras coisas, deve ser atribuída a corrupção. Neste sentido afirma o apóstolo Paulo: Se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne,agora já não o conhecemos assim (2Cor 5,16). Como se quisesse dizer: O Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), sujeitando-se à morte segundo a carne, para a salvação de todos. Foi deste modo que o conhecemos; todavia, desde este momento, já não é mais assim que o reconhecemos. É verdade que ele conserva a sua carne, pois resuscitou ao terceiro dia, e vive no céu, à direita do Pai; mas a sua existência é superior à vida da carne. Tendo morrido uma vez, Cristo não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive (Rm 6,9-10).
         Então, se ele se apresentou diante de nós como modelo de vida, é absolutamente necessário que também nós, seguindo seus passos, façamos parte daqueles que não vivem mais na carne mas acima da carne. É o que diz o grande Paulo, com toda razão: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo (2Cor 5,17). Fomos justificados pela fé em Cristo e terminou o domínio da maldade. Uma vez que ele resuscitou por nossa causa, calcando aos pés o poder da morte, nós conhecemos aquele que por sua própria natureza é o verdadeiro Deus. É a ele que prestamos culto em espírito e verdade, por intermédio de seu Filho que distribui sobre o mundo as bênçãos divinas do Pai.
          Por esse motivo, São Paulo diz com muita sabedoria: Tudo vem de Deus que, por Cristo, nos reconciliou consigo (2Cor 5,18). Realmente, o mistério da encarnação e a renovação a que ela deu origem não se realizaram sem a vontade do Pai. É por Cristo que temos acesso ao Pai, como ele próprio afirma: ninguém pode ir ao Pai senão por ele. Portanto, tudo vem de Deus que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação".

Dos Sermões do Bem-aventurado Isaac, abade do Mosteiro de Stella (Sermo 42: PL 194,1831-1832) (Séc.XII)


O primogênito de muitos irmãos

         "Como a cabeça e o corpo formam um só homem, assim o Filho da Virgem e seus membros escolhidos formam um só homem e um só Filho do homem. Cristo completo e total, como diz a Escritura, é cabeça e corpo. Com efeito, todos os membros juntos constituem um só corpo que, unido à sua cabeça, forma um só Filho do homem. Este, pela sua união com o Filho de Deus, forma um só Filho de Deus, o qual, pela sua união com Deus, forma um só Deus.
         Consequentemente, todo o corpo com a cabeça é Filho do homem, é Filho de Deus, é Deus. Porisso se diz no Evangelho: Quero, Pai, que assim como eu e tu somos um, também eles sejam um em nós (cf. Jo 17,21).
         Vemos que, segundo esse famoso texto da Escritura, não existe o corpo sem a cabeça nem a cabeça sem o corpo; nem Cristo total, cabeça e corpo, sem Deus.
          Tudo isto, portanto, pela sua união com Deus é um só Deus. O Filho de Deus, porém, está unido com Deus por natureza. O Filho do homem está unido como Filho de Deus numa só pessoa; por sua vez, os membros do seu corpo estão unidos comele sacramentalmente.
          Por conseguinte, os membros fiéis e espirituais de Cristo, podem afirmar de si, com toda verdade, aquilo que ele é, até mesmo Filho de Deus e Deus. Mas o que ele é por natureza, os membros são por participação. O que ele é em plenitude, os membros são parcialmente. O que o Filho de Deus é por geração, os membros são por adoção, como está escrito: Recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos clamamos: Abá – ó Pai! (Rm 8,15).
         Este Espírito deu-lhes a capacidade de se tornarem filhos de Deus (Jo 1,12), para que o primogênito de muitos irmãos pudesse ensiná-los a dizer: Pai nosso que estais nos céus (Mt 6,9). E noutro lugar: Subo para junto do meu Pai e vosso Pai (Jo 20,17).
        Pelo Espírito Santo, o Filho do homem nasceu da Virgem Maria como nossa cabeça; pelo mesmo Espírito, nós também renascemos na fonte batismal como filhos de Deus e membros do corpo de Cristo. E assim como ele nasceu livre de todo pecado, também nós renascemos pela remissão de nossos pecados.
         Assim como na cruz ele tomou sobre seu corpo de carne os pecados de todo o corpo, do mesmo modo, pela graça da regeneração, concedeu ao seu corpo espiritual que não lhe fosse atribuído nenhum pecado, como está escrito: Feliz o homem a quem o Senhor não acusa de pecado (Sl 31,2). Este homem feliz é, sem a menor dúvida, Cristo: enquanto cabeça do Cristo místico é Deus e perdoa os pecados; enquanto cabeça do corpo, é o Filho do homem, nada tendo que se lhe deva perdoar; e enquanto o corpo da cabeça é formado por muitos, nada se lhe atribui.
         Ele é justo em si mesmo e justifica-se a si mesmo. Ele próprio é Redentor e redimido. Tomou sobre seu corpo, na cruz, os pecados daquele corpo que ele purifica por meio da água do batismo, e continua salvando pela cruz e pela água. Ele é o Cordeiro de Deus que tira, que carrega o pecado do mundo (Jo 1,29). Ele é ao mesmo tempo sacerdote e vítima do sacrifício. Ele é Deus que, oferecendo-se a si mesmo, por si reconciliou-se consigo mesmo, com o Pai e com o Espírito Santo".

sábado, 26 de maio de 2012

Dos Sermões de um Autor africano anônimo, do século VI (Sermo 8,1-3: PL 65,743-744)

 

A unidade da Igreja fala todas as línguas

         "Os apóstolos começaram a falar em todas as línguas. Aprouve a Deus, naquele momento, significar a presença do Espírito Santo, fazendo com que todo aquele que o tivesse recebido, falasse em todas as línguas. Devemos compreen­der, irmãos caríssimos, que se trata do mesmo Espírito Santo pelo qual o amor de Deus foi derramado em nossos corações.
         O amor haveria de reunir na Igreja de Deus todos os povos da terra. E como naquela ocasião um só homem, recebendo o Espírito Santo, podia falar em todas as línguas, também agora, uma só Igreja, reunida pelo Espírito Santo, se exprime em todas as línguas. Se por acaso alguém nos disser: "Recebeste o Espírito Santo; por que não falas em todas as línguas?" devemos responder: "Eu falo em todas as línguas. Porque sou membro do Corpo de Cristo, isto é, da sua Igreja, que se exprime em todas as línguas. Que outra coisa quis Deus significar pela presença do Espírito Santo, a não ser que sua Igreja haveria de falar em todas as lín­guas?" 
         Deste modo, cumpriu-se o que o Senhor tinha prometi­do: Ninguém coloca vinho novo em odres velhos. Vinho novo deve ser colocado em odres novos. E assim ambos são preservados (cf. Lc 5,37-38).
        Por isso, quando ouviram os apóstolos falar em todas as línguas, diziam alguns com certa razão: Estão cheios de vinho (At 2,13). Na verdade, já se haviam transformado em odres novos, renovados pela graça da santidade, a fim de que, repletos do vinho novo, isto é, do Espírito Santo, parecessem ferver ao falar em todas as línguas. E com este milagre tão evidente prefiguravam a universalidade da futu­ra Igreja, que haveria de abranger as línguas de todos os povos.
        Celebrai, pois, este dia como membros do único Corpo de Cristo. E não o celebrareis em vão, se realmente sois aquilo que celebrais, isto é, se estais perfeitamente incorpo­rados naquela Igreja que o Senhor enche do Espírito Santo e faz crescer progressivamente através do mundo inteiro. Esta Igreja ele reconhece como sua e é por ela reconhecida como seu Senhor. O esposo não abandonou sua esposa; por isso ninguém pode substituí-la por outra.
         É a vós, homens de todas as nações, que sois a Igreja de Cristo, os membros de Cristo, o corpo de Cristo, a esposa de Cristo, é a vós que o Apóstolo dirige estas palavras: Supor­tai-vos uns aos outros com paciência, no amor. Aplicai-vos em guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz (Ef 4,2-3). Reparai como, ao lembrar o preceito de nos supor­tarmos uns aos outros, falou-nos do amor, e quando se referiu à esperança da unidade, pôs em evidência o vínculo da paz.
          Esta é a casa de Deus, edificada com pedras vivas. Nela o Eterno Pai gosta de morar; nela seus olhos jamais devem ser ofendidos pelo triste espetáculo da divisão entre seus filhos".

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo (Sermo de Ascensione Domini, Mai 98,1-2:PLS2,494-495) (Séc.V)



 
Ninguém subiu ao céu a não ser aquele que de lá desceu


         "Hoje nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu; suba também com ele o nosso coração.
          Ouçamos as palavras do Apóstolo: Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres (Cl 3,1-2). E assim como ele subiu sem se afastar de nós, também nós subimos com ele, embora não se tenha ainda realizado em nosso corpo o que nos está prometido.
         Cristo já foi elevado ao mais alto dos céus; contudo, continua sofrendo na terra através das tribulações que nós experimentamos como seus membros. Deu testemunho desta verdade quando se fez ouvir lá do céu: Saulo, Saulo, por que me persegues (At 9,4). E ainda: Eu estava com fome e me destes de comer (Mt 25,35).
         Por que razão nós também não trabalhamos aqui na terra de tal modo que, pela fé, esperança e caridade que nos unem a nosso Salvador, já descansemos com ele no céu? Cristo está no céu, mas também está conosco; e nós, permanecendo na terra, estamos também com ele. Por sua divindade, por seu poder e por seu amor ele está conosco; nós, embora não possamos realizar isso pela divindade, como ele, ao menos podemos realizar pelo amor que temos para com ele.
         O Senhor Jesus Cristo não deixou o céu quando de lá desceu até nós; também não se afastou de nós quando subiu novamente ao céu. Ele mesmo afirma que se encontrava no céu quando vivia na terra, ao dizer: Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu (cf. Jo 3,13).
         Isto foi dito para significar a unidade que existe entre ele, nossa cabeça, e nós, seu corpo. E Ninguém senão ele podia realizar esta unidade que nos identifica com ele mesmo, pois tornou-se Filho do homem por nossa causa, e nós por meio dele nos tornamos filhos de Deus.
         Neste sentido diz o Apóstolo: Como o corpo é um só, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo (1Cor 12,12). Ele não diz: “assim é Cristo”, mas: assim também acontece com Cristo. Portanto, Cristo é um só, formado por muitos membros.
        Desceu do céu por sua misericórdia e ninguém mais subiu senão ele; mas nele, pela graça, também nós subimos. Portanto, ninguém mais desceu senão Cristo e ninguém mais subiu além de Cristo.
         Isto não quer dizer que a dignidade da cabeça se confunde com a do corpo, mas que a unidade do corpo não se separa da cabeça".

Sete Dons do Espírito Santo

       

       No Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, reside o Amor Supremo entre o Pai e o Filho.
        Foi pelo Divino Espírito Santo que Deus se encarnou no seio de Maria Santíssima, trazendo Jesus ao mundo para nossa salvação.
        Peçamos humildemente à Maria, esposa do Espírito Santo, que interceda por nós junto a Deus concedendo-nos a graça de recebermos os divinos dons, apesar de nossa indignidade, de nossa miséria.
       Nas Escrituras, o próprio Jesus quem nos recomenda: "Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto" (Mt VII, 7s).

1. Fortaleza

       Por essa virtude, Deus nos propicia a coragem necessária para enfrentarmos as tentações, vulnerabilidade diante das circunstâncias da vida e também firmeza de caráter nas perseguições e tribulações causadas por nosso testemunho cristão diante do mundo.
        Lembremo-nos que foi com muita coragem, com muito heroísmo, que os santos mártires desprezaram as promessas, as blandícias e ameaças do mundo.
        Com que serenidade foram ao encontro da morte! Que luta gloriosa não sustentaram! Luta não há mais para eles.
        Agora gozam de perfeita paz, em união íntima com Jesus, de cuja glória participam. Também nós, havemos de combater para alcançar a coroa eterna.
Vivemos num mundo cheio de perigos e tentações.
       A alma acha-se constantemente envolta nas tempestades de paixões revoltadas.
       Maus exemplos pululam e as inclinações do coração são sempre dirigidas para o mal. Resistir a tudo isto requer força de vontade, combate resoluto, sem tréguas.
      Roguemos a Deus para que essa virtude seja nossa companheira inseparável; testemunhemos nosso amor a Deus por palavras e obras.
       Assim, viveremos na fé e pela fé, certos de que seremos felizes aqui e na eternidade.

2. Sabedoria

        O sentido da sabedoria humana reside no reconhecimento da sabedoria eterna de Deus, Criador de todas as coisas que distribui seus dons conforme seus desígnios.
        Para alcançarmos a vida eterna devemos nos aliar a uma vida santa, de perfeito acordo com os mandamentos da lei de Deus e da Igreja.
        Nisto reside a verdadeira sabedoria que, aliás, não é um dom que brota de baixo para cima, jamais será alcançada por esforço próprio.
        É um dom que vem do alto e flui através do Espírito Santo que rege a Igreja de Deus sobre a terra.

3. Ciência

        Todo o saber vem de Deus. Se temos talentos, deles não nos devemos orgulhar, porque de Deus é que os recebemos.
        Se o mundo nos admira, bate aplausos aos nossos trabalhos, a Deus é que pertence esta glória, a Deus, que é o doador de todos os bens.

4. Conselho

        Mais do que nunca está em foco a educação da mocidade e todos reconhecem também a importância do ensino para a perfeita formação da criança.
        As dificuldades internas e externas, materiais e morais, muitas vezes passam pelo dom do Conselho, sem disto nos apercebermos.
       É uma responsabilidade, portanto, cumprir a vontade de Deus que destinou o homem para fins superiores, para a santidade.
       Para que possamos auxiliar o próximo com pureza e sinceridade de coração, devemos pedir a Deus este precioso dom, com o qual O glorificaremos aos mostrarmos ao irmão as lições temporais que levam ao caminho da salvação.
       É sob a influência deste ideal que a mãe ensina o filhinho a rezar, a praticar os primeiros atos das virtudes cristãs, da caridade, da obediência, da penitência, do amor ao próximo.

5. Entendimento

       Há pessoas que, mesmo sem entender os preceitos da Igreja, permanecem fiéis aos seus ensinamentos; possuem o sabor pelas coisas de Deus e mesmo ignorando o vasto significado da liturgia, dos dogmas, das orações, dão testemunho de intensa devoção e piedade.
       Estão repletos de sabedoria, mas falta-lhes o entendimento, que se resume na busca pela compreensão das coisas de Deus no seu sentido mais profundo.
       Portanto, Sabedoria não é conseqüência do Entendimento, ou vice-versa. Roguemos ao Senhor que nos conceda o Entendimento, perfeito complemento da Sabedoria.
      Por serem distintamente preciosos, nos fazem aproximar de Deus com todas as nossas forças, com toda a nossa devoção e inteligência.

6. Piedade

         Nos dias de hoje, considerando a população mundial, há poucas, muito poucas pessoas que acham prazer em serem devotas e piedosas; as poucas que o são tornam-se geralmente alvo de desprezo ou escárnio de pessoas que tem outra compreensão da vida.
        Realmente, é grande a diferença que há entre um e outro modo de viver.
       Resta saber qual dos dois satisfaz mais à alma, qual dos dois mais consolos lhe dá na hora da morte, qual dos dois mais agrada a Deus.
        Não é difícil acertar a solução do problema. Num mundo materialista e distante de Deus, peçamos a graça da piedade, para que sejamos fervorosos no cumprimento das escrituras.

7. Temor de Deus

       Teme a Deus quem procura praticar os seus mandamentos com sinceridade de coração.
        Como nos diz as Escritura, devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus, e o resto nos será dado por acréscimo.
       O mundo muitas vezes sufoca e obscurece o coração. Todas as vezes que transigências fizeram às tentações, com certeza desprezamos a Deus Nosso Senhor.
        Quantas vezes preferimos à causa dos bens miseráveis deste mundo e esquecemo-nos de Deus!
        Quantas vezes tememos mais a justiça dos homens do que a justiça de Deus!
        Santo Anastácio a este respeito dizia: "A quem devo temer mais, a um homem mortal ou a Deus, por quem foram criadas todas as coisas?".
        Não esqueçamos, portanto, de pedir ao Deus Espírito Santo a graça de estarmos em sintonia diária com os preceitos do Criador.



Invocação dos Sete Dons do Espírito Santo




Vinde, Espírito de Sabedoria!

Instruí o meu coração, para que eu saiba estimar e amar os bens celestes e antepô-los a todos os bens da terra.
Glória ao Pai.

Vinde, Espírito de Entendimento!

Iluminai a minha mente, para que entenda e abrace todos os mistérios e mereça alcançar um pleno conhecimento, do Pai e do Filho.
Glória ao Pai.

Vinde, Espírito de Conselho!

Assisti-me em todos os negócios desta vida instável, tornai-me dócil às Vossas inspirações, e guiai-me sempre pelo direito caminho dos divinos mandamentos.
Glória ao Pai.

Vinde, Espírito de Fortaleza!

Fortalecei o meu coração em todas as perturbações e adversidades, e dai à minha alma o valor necessário para resistir a todos os seus inimigos.
Glória ao Pai.

Vinde, Espírito de Ciência!

Fazei-me ver a vaidade de todos os bens caducos deste mundo, para que não use deles senão para Vossa maior glória e salvação da minha alma.
Glória ao Pai.

Vinde, Espírito de Piedade!

Vinde morar no meu coração e inclinai-o para a verdadeira piedade e Santo Amor de Deus.
Glória ao Pai.

Vinde, Espírito do Santo Temor de Deus!

Repassai as minhas carnes com o Vosso Santo Temor, de modo que tenha sempre a Deus presente e evite tudo o que possa desagradar aos olhos de Sua Divina Majestade.
Glória ao Pai.

Oração ao Espírito Santo:

Espírito Santo,
Amor do Pai e do Filho, inspirai-me sempre o que devo pensar, o que devo dizer, o que hei-de calar, o que hei-de escrever, o que hei-de fazer, como o hei-de fazer, para a Vossa glória, para o bem das almas e a minha própria santificação.
Ó meu bom Jesus, em Vós ponho toda a minha confiança.

Ó Espírito Santo:

Respirai em mim, ó Espírito Santo, para que seja santo o meu pensar.
Impeli-me, ó Espírito Santo, para que seja santo o meu agir.
Atraí-me, ó Espírito Santo, para que eu ame o que é santo.
Fortalecei-me, ó Espírito Santo, para que eu proteja o que é santo.
Protegei-me, ó Espírito Santo, para que jamais eu perca o que é santo. Amém.

Terço do Divino Espírito Santo


 


Início

Pai nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

Jaculatória:

"Enviai-nos, Pai, o prometido Paráclito por Jesus Cristo Nosso Senhor.
Amém. "

Primeiro Mistério

Honremos o Espírito Santo, adorando o Amor Substancial, que procede do Pai e do Filho, unindo-os numa Caridade infinita e eterna.

Repetir dez vezes nas contas do terço:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor!

Terminada a dezena acrescentar a oração:

Enviai o vosso Espírito e tudo será criado; e assim renovareis a face da terra.
Oh! Deus, que instruís os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que o mesmo Espírito nos dê o gosto e o amor do bem e nos alegre sempre com as suas divinas consolações.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém

Segundo Mistério

Honremos a operação do Espírito Santo, adorando-O na Conceição Imaculada de Maria, santificando-a desde o primeiro instante com a plenitude da graça.

Repetir dez vezes nas contas do terço:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor!

Terminada a dezena acrescentar a oração:

Enviai o vosso Espírito e tudo será criado; e assim renovareis a face da terra.
Oh! Deus, que instruís os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que o mesmo Espírito nos dê o gosto e o amor do bem e nos alegre sempre com as suas divinas consolações.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém

Terceiro Mistério

Honremos a operação do Espírito Santo, adorando-O na Encarnação do Verbo de Deus feito Homem no seio Imaculado de Maria.

Repetir dez vezes nas contas do terço:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor!

Terminada a dezena acrescentar a oração:

Enviai o vosso Espírito e tudo será criado; e assim renovareis a face da terra.
Oh! Deus, que instruís os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que o mesmo Espírito nos dê o gosto e o amor do bem e nos alegre sempre  com as suas divinas consolações.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém

Quarto Mistério

Honremos a operação do Espírito Santo, adorando-O no mistério do Pentecostes, em que Ele fez nascer a Santa Igreja Católica.

Repetir dez vezes nas contas do terço:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor!

Terminada a dezena acrescentar a oração:

Enviai o vosso Espírito e tudo será criado; e assim renovareis a face da terra.
Oh! Deus, que instruís os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que o mesmo Espírito nos dê o gosto e o amor do bem e nos alegre sempre com as suas divinas consolações.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém

Quinto Mistério

Honremos a operação do Espírito Santo, adorando-O na sua presença atuante e permanente na alma de todos os que vivem em estado de graça e assistindo a Igreja até o fim do mundo.

Repetir dez vezes nas contas do terço:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor!

Terminada a dezena acrescentar a oração:

Enviai o vosso Espírito e tudo será criado; e assim renovareis a face da terra.
Oh! Deus, que instruís os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que o mesmo Espírito nos dê o gosto e o amor do bem e nos alegre sempre com as suas divinas consolações.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém

Final:

Rezar três vezes o Glória ao Pai