quinta-feira, 10 de maio de 2012

Santo Anselmo, (Prosologon 1; PL 158,225-226)

        

         "Coragem, mísero mortal... volta um pouco o pensamento para Deus e nele descansa. Entra no íntimo de tua alma, aparta dela tudo o que não é Deus e que não te ajuda a procurá-lo e, fechada a porta, busca-o.
          Ó coração meu, dize agora com todo o teu próprio ser, dize agora a Deus: Eu procuro tua face, "tua face, Senhor, eu a procuro".
          Suplico-te, Senhor meu, mostra ao meu coração onde e como  tem de procurar-te, onde e como possa encontrar-te. Senhor, se não estás aqui, onde irei procurar-te? Se estás em toda parte, então por que não te vejo aqui presente? Tu por certo habitas em uma luz inacessível. E onde está a luz inacessível, ou como poderei acercar-me dela? Quem me conduzirá, quem me guiará até ela para que nela eu veja a tua face? Com que sinais, com que face te procurarei? Ó Senhor Deus meu, nunca te vi, não conheço a tua face. Que fará este exilado longe de ti, ó Deus altíssimo?
           Que fará este teu servo sedento do teu amor e excluído da tua visão vivificante? Deseja ardentemente ver-te, e a tua face lhe está muito distante. Ambiciona ir a ti, e a tua habitação é inacessível. Quer achar-te, e não conhece a tua morada".

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