quinta-feira, 6 de junho de 2013

Da vida de São Norberto, bispo



(As palavras colocadas entre aspas são tiradas da Vida de S. Norberto, escrita por um cónego regrante Premonstratense: PL 170, 1262. 1269. 1294. 1295; Carta Apostólica de Inocêncio II dirigida a S. Norberto, de 7 de Junho de 1133, com selo de chumbo: Acta Sanctorum, 21, no Apêndice, p. 50).





Grande entre os grandes e pequeno entre os pequenos

         "Norberto foi um dos mais eficazes colaboradores na reforma gregoriana. Queria, primeiramente, que o clero fosse convenientemente preparado, dedicado a um ideal de vida genuinamente evangélica e apostólica, casto e pobre, que possuísse «ao mesmo tempo a veste e o ornamento do homem novo: aquela por meio do hábito religioso, este pela dignidade do sacerdócio», e que procurasse sempre «seguir as sagradas Escrituras e ter Cristo por guia». Três coisas costumava recomendar-lhe: «decoro no altar e nos ofícios divinos; emenda das faltas e negligências no capítulo conventual; solicitude e hospitalidade para com os pobres».
          Ao lado dos sacerdotes, que no mosteiro faziam as vezes dos Apóstolos, colocou, a exemplo da Igreja primitiva, tão grande multidão de fiéis, leigos, homens e mulheres, que muitos afirmavam ninguém ter conseguido para Cristo, desde os tempos dos Apóstolos, tão grande número de imitadores na vida de perfeição e em tão breve tempo.
      Tendo sido nomeado arcebispo, chamou os seus irmãos da sua Ordem para converter à fé a região dos Vénedos, e procurou reformar o clero da sua diocese, apesar da oposição e agitação do povo.
      A sua maior preocupação foi consolidar e aumentar a harmonia entre a Sé Apostólica e o Império, salvaguardada porém a liberdade quanto às nomeações eclesiásticas. A este respeito escreveu-lhe o papa Inocêncio II: «A Sé Apostólica congratula-se muito sinceramente pela tua dedicação»; e o imperador nomeou-o chanceler do Império.
        Tudo conseguiu movido pela fé mais intrépida. Dizia-se: «Em Norberto brilha a fé, como em Bernardo de Claraval a caridade». Distinguia-se, além disso, pela afabilidade no trato: «sendo grande entre os grandes e pequeno entre os pequenos, para com todos se mostrava amável». Enfim, era dotado de grande eloquência: contemplando e meditando assiduamente as realidades divinas, pregava com o maior desassombro «a palavra de Deus cheia de fogo, que queimava os vícios, estimulava as virtudes e enriquecia as almas bem dispostas com a sua sabedorias».
 
 

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